terça-feira, julho 04, 2006

"É neste acordo que a beleza existe"




É neste acordo que a beleza existe:
o ver e o poder ver as cousas e os corpos,
no acordo entre eles serem e os desejarmos
como se fossem o que nós queremos
ser como nós mesmos. Neste acordo que
dá senso de beleza ao que de imaginar
fica evocado na memória esquiva
para ser visto noutras coisas. Vozes
se agitam torvas latejando o sexo
que dorme oculto dentro dos olhares,
Jorge de Sena
(in Visão Perpétua, Moraes/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1982)

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