sexta-feira, janeiro 30, 2009

Portfólio(4)


Refª: Semana do Cinema Português
Formato: 16,5x23,5 (Catálogo)
Design, texto de abertura; organização textos: JDiabinho
Edição: Inatel - composição e impressão Casa Portuguesa (1989)

sábado, janeiro 24, 2009

a propósito de harold pinter (1930-2008)


Desde a primeira vez que vi The Go-Between(1971) /O Mensageiro, de Joseph Losey -numa sessão clássica do antigo cinema Monumental, no início dos anos 70- passei num ápice a exibir a minha simpatia entontecida(!) e exacerbada, por Harold Pinter, que até aí não passara de um ilustre "desconhecido" na minha vida.
O efeito dos diálogos de Pinter ( numa adaptação fiel da obra homónima de L.P.Hartley) produziam em mim um prazer tal pela literatura-cinema que durante uns tempos fui incapaz de um pensamento minimamente estruturado à volta da complexidade narrativa (não apenas pelo"flash-back"... )do filme que, ao invés, era bastante sedutora. E depois, como se não bastasse, não conseguia dissociar Losey de Pinter (e ainda bem!) que eram para mim o duo de interlocutores perfeito na minha aventura difícil de aprendizagem... .
É claro que aos 15, 16 anos não possuía um nível de conhecimentos filosóficos suficientes para ter a percepção e noção exactas sobre um mundo que privilegia o parecer em lugar do ser, como o trataram Losey-Pinter. O que me consumia em prazer (e emotividade)não era a subtileza, nem a teoria de jogos de poder da classe dominante ou a hipocrisia burguesa, mas o acto de subversão e de desafio dos amantes, que abalava todas as convenções.
Anos depois, ao assistir a The Servant (1963), -primeira (das três)colaboração Losey-Pinter- dei por mim a reflectir sobre as "deambulações" de Losey-Pinter em redor da complexidade das relações de poder e das suas implicações no funcionamento da sociedade.

segunda-feira, janeiro 12, 2009

rever Anna Karina


"la peur, le sang, la politique,l'argent. Comment est-ce que je n'ai pas envie de venir depuis le temps que je traine là dedans?
Made in USA, Jean-Luc Godard (1967)

domingo, janeiro 11, 2009

o meu amigo, rodrigues da silva (1939-2009)

Há quase uma vintena de anos (mais precisamente, a 10 de Agosto de 1989), o José Rodrigues da Silva escrevia "isto", -que abaixo se segue- no saudoso Diário de Lisboa, na sua habitual "crónica de cinema" das sextas-feiras: "...E a prova de que a qualidade, afinal (mesmo no Verão, mesmo em Agosto) rende.O exemplo do Forum (Picoas, gerido então pelo Paulo Branco) é apenas um.. O do Inatel na Costa de Caparica (que se dá ao luxo de fazer antestreias nacionais) é outro, com a sua programação cuidada e de qualidade... . Antes de ler esta "tirada" cinéfila de satisfação do Zé (que não era a primeira vez...) tinhamo-nos cruzado fortuitamente um ano antes num fim de tarde primaveril na Distri dos Restauradores trocado um pá, tás bom e destilado uma,duas amarguras rápidas sobre a merda dum filme qualquer..., escandalosamente em exibição à largas semanas no multiplex das Amoreiras. A nossa cumplicidade -eu enviava-lhe a programação mensal da Festa do Cinema na Caparica e ele escrevia, ou não, sobre os filmes de que mais gostava - pela paixão do cinema nunca a questionámos. Nunca sugerimos um ao outro que seleccionasse ou escrevesse sobre outro ou aquele filme, fabricado pelo realizador "y" ou do autor "z", -para quê?. Lembro-me do sorriso do Zé no dia da projecção, em antestreia, de "Do The Right Thing", de Spike Lee, no Cine-Teatro do Inatel na Costa... e de lhe ter posto a mão no ombro e dizer-lhe obrigado, Zé Rodrigues da Silva, pela tua notazinha cúmplice ("A estreia -ou melhor, a antestreia- do novo filme de Spike Lee é o acontecimento da semana..." ) de anteontem no "DL" (24 Agosto 1989).
Tenho pena por a nossa relação de cumplicidade nunca ter saído do estado de "bons" conhecidos. Isso não invalidará que o Rodrigues da Silva tenha sido "secretamente",como foi, um dos meus poucos bons amigos cinéfilos por quem tive, -melhor:tenho- uma enorme estima.

sábado, janeiro 10, 2009

"money makes the world go round..."

ontem(burguêsmente, na companhia dum canadian club ), rendi-me pela sexta vez ao brilhantismo de Bob Fosse.Revivalismo cinéfilo, pois.

domingo, janeiro 04, 2009

vontade indómita


Para a ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel, Tzipi Livni (do partido Kadima, e ex-agente da Mossad) a criação de um Estado Palestiniano servirá como solução ao problema nacional dos árabes israelitas. Esta declaração surpreendente, pronunciada em 11 de Dezembro 2008, aos microfones duma rádio estudantil hebraica e divulgada no jornal israelita,"Haaretz", é exemplar nas intenções políticas para o futuro Estado de Israel. É também um tiro à queima-roupa nas crenças democráticas em Israel e um enorme soco no estômago para a opinião pública mundial simpatizante do sistema democrático judaico.
E o caso não é para menos. Livni,que ambiciona vir a ocupar o lugar de primeiro-ministro depois das legislativas de Janeiro, desenha assim, preto no branco, o futuro social:“Quando se criar o Estado da Palestina, poderei dirigir-me aos cidadãos palestinos (aos que chamamos árabes israelitas) e dizer-lhes: sois residentes com direitos iguais, mas a solução para o vosso problema nacional está em outra parte”. Tout court!
Em resposta aos comentários de Livni, o ministro [árabe israelita] da Cultura, Desporto e Ciência, Ghaleb Majadele reagiu do seguinte modo: "As raízes dos cidadãos árabes israelitas de Israel estão firmadas muito antes do estabelecimento do Estado de Israel. São residentes com direitos iguais neste Estado; a sua residência e cidadania não são negociáveis". E a concluir, Ghaleb deixou o recado:"Qualquer um que defenda a ideia de transferir a população árabe residente em Israel para os territórios do Estado da Palestina é anti-democrata". Nem mais.
Foto: Manifestantes judeus ortodoxos contra visita de Arial Sharon a Washington, em 29 Julho 2003 ( nkusa.org).