Para a ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel, Tzipi Livni (do partido Kadima, e ex-agente da Mossad) a criação de um Estado Palestiniano servirá como solução ao problema nacional dos árabes israelitas. Esta declaração surpreendente, pronunciada em 11 de Dezembro 2008, aos microfones duma rádio estudantil hebraica e divulgada no jornal israelita,"Haaretz", é exemplar nas intenções políticas para o futuro Estado de Israel. É também um tiro à queima-roupa nas crenças democráticas em Israel e um enorme soco no estômago para a opinião pública mundial simpatizante do sistema democrático judaico.
E o caso não é para menos. Livni,que ambiciona vir a ocupar o lugar de primeiro-ministro depois das legislativas de Janeiro, desenha assim, preto no branco, o futuro social:“Quando se criar o Estado da Palestina, poderei dirigir-me aos cidadãos palestinos (aos que chamamos árabes israelitas) e dizer-lhes: sois residentes com direitos iguais, mas a solução para o vosso problema nacional está em outra parte”. Tout court!
Em resposta aos comentários de Livni, o ministro [árabe israelita] da Cultura, Desporto e Ciência, Ghaleb Majadele reagiu do seguinte modo: "As raízes dos cidadãos árabes israelitas de Israel estão firmadas muito antes do estabelecimento do Estado de Israel. São residentes com direitos iguais neste Estado; a sua residência e cidadania não são negociáveis". E a concluir, Ghaleb deixou o recado:"Qualquer um que defenda a ideia de transferir a população árabe residente em Israel para os territórios do Estado da Palestina é anti-democrata". Nem mais.
Foto: Manifestantes judeus ortodoxos contra visita de Arial Sharon a Washington, em 29 Julho 2003 ( nkusa.org).
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