A insónia da noite passada dói. Onde me magoa o corpo não sei.
Por momentos, (re)vejo o teu rosto no espelho do hall quando passo
para a sala ás escuras.As despedidas súbitas têm o sabor
a desejos irrealizados. Será?
O dia amanhece. Não tenho palavras para descrever a cólera.
A morte, na sua fria pontualidade, que veio roubar-te a vida com a impunidade de sempre e
deixar-nos no olhar a pior das saudades. Bicho laborioso que tudo consome.
Nesta hora ( o féretro vai em ombros para a carrinha) seguimos-te. Não temos palavras. Ficamos, como sempre, prisioneiros do silêncio e da dor. Humedecidos (e vergados) pela falta que nos fazes, já.
Lembras-te Mãe: dias e dias a fio a alimentar o sonho impossível do futuro melhor? Outra terra virá, fisicamente nova, -digo-te que nasce, mas da resistência.
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