Vi pela primeira vez, One+One ou, Sympathy for the Devil –título da canção dos Rolling Stones cujo ensaio o filme acompanha- ( finalmente editado em dvd em Portugal) em Junho de 1985, numa sessão da retrospectiva integral da obra de Jean-Luc Godard promovida pela Cinemateca Portuguesa.
Sendo um dos (muitos) filmes de Godard deixados na penumbra pelos distribuidores e exibidores a expectativa era justificável pelo facto simples de ter os Stones como protagonistas. Rodado em Inglaterra em 1968 -um ano depois de Made in USA, Week-End e La Chinoise (nunca estreado comercialmente em Portugal, tal como Deux ou Trois Choses Que Je Sais d’Elle, …Enfants Prodigues e Loin du Vietnam)- One+One aparentava, à primeira vista, tratar-se de um mero acto singular por parte de Godard: homenagear o mundo musical e cultural do rock’n roll.
Todavia, a presença da formação liderada por Mick Jagger servia, antes, como um detonador aos propósitos de Godard para sublimar o simbolismo dos acontecimentos políticos (Maio 68, contestação estudantil nos EUA contra a guerra na Indochina, a luta do movimento negro…) que faziam estremecer as democracias liberais, questionar o “poder da burguesia” e colocar a Revolução na ordem do dia. Os Rolling Stones eram, de certo modo, a personificação por excelência da contestação e da ideia revolucionária da mudança.
Sendo um dos (muitos) filmes de Godard deixados na penumbra pelos distribuidores e exibidores a expectativa era justificável pelo facto simples de ter os Stones como protagonistas. Rodado em Inglaterra em 1968 -um ano depois de Made in USA, Week-End e La Chinoise (nunca estreado comercialmente em Portugal, tal como Deux ou Trois Choses Que Je Sais d’Elle, …Enfants Prodigues e Loin du Vietnam)- One+One aparentava, à primeira vista, tratar-se de um mero acto singular por parte de Godard: homenagear o mundo musical e cultural do rock’n roll.
Todavia, a presença da formação liderada por Mick Jagger servia, antes, como um detonador aos propósitos de Godard para sublimar o simbolismo dos acontecimentos políticos (Maio 68, contestação estudantil nos EUA contra a guerra na Indochina, a luta do movimento negro…) que faziam estremecer as democracias liberais, questionar o “poder da burguesia” e colocar a Revolução na ordem do dia. Os Rolling Stones eram, de certo modo, a personificação por excelência da contestação e da ideia revolucionária da mudança.
Trinta e oito anos depois, mesmo não sendo de forma alguma uma obra de referência obrigatória na filmografia de Godard, One+One / Sympathy For the Devil mantém-se um documento contemporâneo de reflexão para os tempos que correm.
Não me parece de todo abusivo se disser que One+One fez mais pelos Stones do que, muito provalmente, duas temporadas de concertos.
Não me parece de todo abusivo se disser que One+One fez mais pelos Stones do que, muito provalmente, duas temporadas de concertos.
1 comentário:
so if you meet me, have some courtesy, some sympathy and some taste...
Devil
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