segunda-feira, novembro 27, 2006

pequenez...periférica

No ano em que se assinala os quatrocentos anos do nascimento do pintor e gravador Rembrandt , uma pequena distribuidora francesa de cinema alternativo de nome E.D. Distribution -celebrizada em França pela difusão da obra dos irmãos Quay e de Guy Maddin, entre outros- repõe por estes dias numa vintena de salas gaulesas, uma pequena pérola do cinema holandês completamente desconhecido entre nós: Rembrandt fécit 1669, de Jos Stelling. Porque se trata, desde logo, de um excelente e surpreendente filme tanto em termos artísticos como de concepção, espanta-me a contínua ausência de "imaginação" da distribuição cinematográfica portuguesa na forma como se revela (persistentemente!) incapaz em alargar, de uma vez por todas, os seus horizontes.
Com os apoios comunitários (que subsistem) para a promoção e difusão das cinematografias europeias não há razões que justifiquem a estúpida teimosia em ausentar dos ecrãs nacionais a produção de dezenas de filmes húngaros, belgas, holandeses, polacos, dinamarqueses, suecos, finlandeses, romenos... etc, etc. Há algo de suicidário nesta visão redutora do mundo e daquilo que ele tem para nos oferecer. Há e é muito, muitíssimo, para a nossa cada vez mais comprovada pequenez.

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