1. Por estes dias, em que o prazer da leitura (no caso, J.P.Sartre,
Politica e Autobiografia, ed. António Ramos, 1977, tradução de Pedro Tamen) se tem sobreposto ao prazer da escrita no blog, o meu pensamento tem-se "perdido de amores" no terreno político e, claro está, designadamente sobre as novidades (já com efeitos assinaláveis) contidas nos novos Código Penal e Código do Processo Penal. Sem esperar pelo que ainda falta vir -como, por exemplo, as leis de Segurança Interna e de Organização da Investigação Criminal, que o Governo anunciará por certo antes do final do ano- tenho-me é deliciado ainda mais a tentar "acertar" em quais terão sido as motivações mais intímas (dos espíritos humanos que exercem o poder) para tanto empenhamento em assegurar o mínimo dos danos colaterais para manter a essência do sistema nos tempos ainda mais sombrios, que virão. A ideologia global (política, moral, etc.) que vem contaminando os governos de quase Mundo inteiro (a pretexto, sublinhe-se do 11 de Setembro de 2001), impondo a sua visão das "novas relações reais", subvertendo princípios e recuperando antigas obsessões (concepção de um estado policial e hipervigiado) reflecte quanto "desesperada" (ia a escrever "acossado") é a sua percepção do mundo: constatação de desagregação.
2. A histeria, patética, anti-Irão sobe, de novo, de tom a pretexto da visita (por certo "provocatória", dixit o Pentágono) às Nações Unidas do Presidente Mahmoud Ahmadinejad. Para além do habitual recrudescimento da contra-informação, o episódio vem mesmo a calhar para desviar as atenções dos "flops" em todas as frentes da descredibilizada Administração Bush. Mais um nó de cinismo. Mais um clamor de teatralidade!
3. Sem contemplações, a "lógica" do mercado ditou a sentença capital à unica revista de cinema editada em Portugal. Após oito anos de publicação, a Première é forçada a sair de cena, apesar de sempre haver mantido um nível baixo de custos de produção. Parabéns, Zé Vieira Mendes (e um grande abraço!), por teres andado este tempo todo a correr o risco de manter vivo o espirito crítico... .
4. Foi de um grande refinamento. Mestre exímio da comunicação corporal / gesto e na articulação da expressão. No trabalho do silêncio. Marcel Marceau, evidentemente. Um dos meus ídolos (como Chaplin, Buster Keaton, Laurel & Hardy, Fernandel ) supremos desde a infância.
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