sexta-feira, setembro 14, 2007

chile 1973:o "outro" 11 de setembro

Oito meses antes do 25 de Abril de 1974, os Estados Unidos punham ponto final parágrafo á experiência democrática chilena iniciada em 1970, em plena "guerra fria", com a eleição do médico e socialista, Salvador Allende. Para a administração norte-americana, as"ousadias" (nacionalizações, reforma agrária, políticas sociais, aproximação do "bloco" soviético e de Cuba,etc.) do governo de unidade popular e o receio do "efeito de simpatia" poder contaminar a região -na maioria dos países, governada por juntas militares fascistas- desestabilizando a ainda mais, era por demais intolerável. Em menos de seis meses, o Pentágono, a Cia, as transnacionais, põem em marcha acções de desestabilização política, social e económica para descredibilizar o governo e forçá-lo a abdicar ou, como veio a ocorrer, derrubá-lo através de um "putsch" militar, cirúrgico e brutal.
Graças à visão "pragmática"(!) de Henry Kissinger, aos milhões de dólares gastos nas operações terroristas (atentados, assassinatos de oficiais militares legalistas, sabotagens de vias de comunicação, destruição de infra-estruturas, etc.) o Chile regressava a 11 de Setembro de 1973 ao concerto das nações "livres" com um novo rosto na presidência: o general Augusto Pinochet, nomeado por Allende, em 1972, no cargo de Chefe das Forças Armadas e que jurara lealdade à República e ao governo. Faz 34 anos que Allende morreu "suicidado" nos escombros do Palácio de La Moneda. Faz 34 anos que nas ruas de Santiago a soldadesca acendia fogueiras com livros(de Marx a Jack London), revistas, jornais apreendidos em rusgas casa a casa. Objectivo de Pinochet: "exterminar o cancro marxista"!.
Tal como na Alemanha nazi. Tal como na Grécia dos coronéis.

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