Stalker, de Andrei Tarkovski
Às vezes, dou por mim a imaginar-me viver perto da infância, tendo por companheiros os meus amigos mais chegados. Às vezes a companhia é a solidão, outras a fala das imagens que eu quando jovem e adolescente juntava depois de sair do cinema num fim de tarde de verão.
Às vezes, só ás vezes, vejo-me de olhos fechados, corpo adolescente, a imaginar a eternidade do momento, de todos os momentos e de todas as recordações, passadas num tempo que parecia límpido, tão inesperadamente límpido que nunca será inalienável. Nunca.
Outras vezes, sonho que todas as paixões mesmo as paixões mais absurdas vem de novo ter comigo e eu guardo-as apesar de tudo, apesar sobretudo da vida ser-nos reduzida.
Às vezes, às vezes, um gesto e olhar doce como no antigamente servem para varrer os axiomas da vida, descolar do desânimo e desviar do desespero. Nunca hão-de compreender aqueles, nem ou outros, que nunca ousaram o atrevimento de ser inteiros e únicos. Como diria o Fernando Pessoa.
Às vezes imagino que nunca vou me cansar de voltar a sentir tudo como se fora a primeira vez.
Às vezes, dou por mim a imaginar-me viver perto da infância, tendo por companheiros os meus amigos mais chegados. Às vezes a companhia é a solidão, outras a fala das imagens que eu quando jovem e adolescente juntava depois de sair do cinema num fim de tarde de verão.
Às vezes, só ás vezes, vejo-me de olhos fechados, corpo adolescente, a imaginar a eternidade do momento, de todos os momentos e de todas as recordações, passadas num tempo que parecia límpido, tão inesperadamente límpido que nunca será inalienável. Nunca.
Outras vezes, sonho que todas as paixões mesmo as paixões mais absurdas vem de novo ter comigo e eu guardo-as apesar de tudo, apesar sobretudo da vida ser-nos reduzida.
Às vezes, às vezes, um gesto e olhar doce como no antigamente servem para varrer os axiomas da vida, descolar do desânimo e desviar do desespero. Nunca hão-de compreender aqueles, nem ou outros, que nunca ousaram o atrevimento de ser inteiros e únicos. Como diria o Fernando Pessoa.
Às vezes imagino que nunca vou me cansar de voltar a sentir tudo como se fora a primeira vez.
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