Enquanto me deixo embalar (pela enésima vez, esta semana...para não variar) pela belíssima banda sonora de A Eternidade e Um Dia (magnifico Theo Angelopoulos!) composta por Eleni Karaindrou decido-me, finalmente, a passar os olhos pelos jornais nacionais -matutinos, semanários, imprensa regional- das duas últimas semanas incluindo os de hoje (DN e Público) amontoados num canto da sala, bem à vista, e a cuja leitura ou sequer simples folhear de desinteressado fui resistindo até hoje. Por onde começar? Quando se esteve uma quinzena a ler só imprensa internacional), é um falso dilema que nem se põe : bastaram duas semanas a ouvir as conversas nos transportes públicos, nos cafés e restaurantes e, até, nas livrarias para dizer a mim mesmo que não faz sentido sacrificar um segundo, quanto mais um minuto, do meu precioso tempo para voltar a vestir a pele de "utilitário" atomizado.
A impotência e a frustração dão cada vez mais cartas através das manchetes estapafúrdias, desprovidas de qualquer sentido, mesmo o sentido de absurdo. Nem valem a pena qualquer tentativa de análise sociológica. Só da psicanálise.
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