A noite passada, furioso com o desplante assassino da rtp2 em exibir, numa cópia "pan & scan", um dos maiores filmes de Sydney Pollack, "Jeremiah Johnson", decidi procurar no acervo de vhs's "algo" suficientemente apaziguador e belo que me fizesse esquecer mais este acto hediondo (agravado pela habitualidade...) da televisão pública. Sem quaisquer reticências, optei por rever The Effect of Gamma Rays on Man-in-the Moon Marigolds ("O Efeito dos Raios-Gama no Comportamento das Margaridas", estreado no antigo Pathé, no outono de 1973...), de Paul Newman, baseado na obra de Paul Zindel, (prémio Pulitzer) com Joanne Woodward. O que é tocante neste drama intimista (a fazer lembrar uma peça de Tennesse Williams) é a actuação vigorosa de Joanne Woodward, na pele de uma mulher sem amor à volta com as dores de crescimento das suas duas filhas, adolescentes. Newman, que filma magistralmente, sabe como ninguém convocar os sinais de vida, as esperanças e desilusões, as dádivas e a retribuição, as incongruências e a desfaçatez. Parafraseando Angelopoulos, restar-nos -á o tempo inteiro e um dia?
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