terça-feira, janeiro 01, 2008

esclerose e repressividade


Uma explicação simplista seria a de dizer que o reforço radical da legislação -que hoje entra em vigor em Portugal- da deriva antitabagista vai muito para além da mera questão de saúde pública, tentando aproximar-nos duma razão mais próxima do novo moralismo "purista" a lembrar a saga ariana. A explicação é que o cidadão comum que transporta o vício do tabaco é agora um ser em risco constante, um doente inconsciente e, na pior das hipóteses, um potencial criminoso sem escrúpulos que é preciso asfixiar, lentamente. Na sua estrutura repressiva o Poder já não esconde, nem mascara a esclerose e a repressividade que nos condicionam.
Foto: Sommaren med Monika, de Ingmar Bergman (1952)